domingo, 15 de agosto de 2010

Submodalidades... Enfim, uma luz! (parte 1)

Há muito tempo leio, estudo, procuro aplicar PNL, mas principalmente entender do que se trata antes de sair usando por aí. Quero ter certeza que aquilo que leio e/ou ouço falar funciona mesmo, possa ser aplicado em minha própria mente...

Entre as idéias que sempre me fascinaram na PNL, a das submodalidades é a que mais me causou frustração. Me lembro daquela letra do U2: "far away, so close": ("tão longe, mas tão perto"). Para quem não conhece, as submodalidades são o "como" dentro da nossa mente; "como" uma imagem qualquer aparece (centralizada, mais à direita ou esquerda, ampliada ou reduzida, colorida ou em preto e branco...etc), "como" um som é representado (alto, baixo, suave, vindo de alguma direção específica...etc) e por aí vai, cada sistema representacional possui o seu próprio conjunto. A idéia é que, alterando-se alguns destes elementos, também altera-se o significado da representação para a pessoa.

A idéia sempre me pareceu brilhante! As submodalidades seriam como uma forma de nossa mente "rotular" ou "catalogar" nossas experiências, para que saibamos como devemos reagir a elas. Por exemplo: "quando lembro disto me aparece uma imagem em preto-e-branco, ampliada e distorcida... hmm, deve ser algo assustador! vou sentir medo!"

Nada que diretores de cinema, artistas plásticos, fotógrafos, mães e pais, escritores, marketeiros e muitos outros já não façam há milênios. Por isso sempre fez sentido absoluto para mim. Mesmo assim, por algum motivo (ou motivos) não conseguia utilizar!

Aos poucos fui percebendo que eu havia me equivocado em relação à uma advertência que sempre se encontra nos livros que tratam do assunto: "Esqueça o conteúdo!!! Submodalidades dizem respeito à forma!!!" Então, procurando seguir esta orientação, quando por exemplo representava em minha mente a imagem de uma lembrança que ocorreu à noite, eu ficava confuso, pois achava que o fato da imagem ser escura dizia respeito ao "conteúdo", e portanto, deveria ser ignorado. Por causa disto, acabei buscando em vão um exemplo de "submodalidade pura", completamente independente do conteúdo!

Acontece que não existe submodalidade que independa do conteúdo. Se você representar algo de forma "borrada", "difusa", ainda assim terá que representar "alguma coisa" desta forma. Tem que haver algo ali!!! E muitas vezes o conteúdo poderá influenciar a submodalidade! Uma comparação que me ocorreu seria a de um presente (o conteúdo) e o papel de presente (a submodalidade). Sem o presente, o papel fica ali largado, sem forma (sei que neste exemplo o papel existe sem o pacote, mas o exemplo ajuda a ilustrar mesmo assim). Alguns tipos de presente já podem vir com um papel mais específico, como por exemplo um papel com estampa de "corações" para o dia dos namorados. Isso seria o equivalente de uma imagem escura pois aconteceu a noite, como no exemplo anterior, ou uma imagem afastada pois é uma lembrança de um objeto visto a certa distância. Mas o presente pode ter outra embalagem em volta que, apesar de não mudar de fato o conteúdo da embalagem, altera a forma como este é recebido. Um presente de dia dos namorados pode ter um papel com estampa de palhaços, e isto com certeza irá produzir um efeito marcante (espero que ninguém experimente descobrir qual...).

Nenhum comentário: