quinta-feira, 4 de setembro de 2008

cartografia

hoje de manhã, minha mulher preparando o tempero do almoço, disse o que eu sempre digo quando sinto o cheiro do alho queimando: 'hmm, cheiro bom...'. isso a fez rir, pois é sempre a mesma coisa, e percebi que isso já deve fazer parte do 'mapa mental' que ela tem sobre mim. todos formamos mapas de tudo que conhecemos, alguns mais cheios de informação, outros com quase nenhuma (quando se trata de um assunto sobre o qual não temos nenhuma experiência, por exemplo). no meu caso poderia citar vários mapas 'pobres' de informação; medicina veterinária, como consertar um motor, música barroca...

esses mapas que temos são importantes, pois nos ajudam a prever o mundo ao nosso redor, o que é fundamental para nossa sobrevivência. o problema começa quando confundimos o mapa com o que ele representa (confundimos o mapa com o território, como diz o pessoal da PNL). eu nunca tinha entendido direito essa expressão, apesar de acha-la interessante, e sabia que com certeza havia alguma verdade profunda ali.

bom, digamos que meu 'mapa' sobre 'mapas' foi atualizado um pouquinho hoje. pelo que entendo agora, nós (alguns de nós) ficamos tão dependentes do mapa que 'desenhamos' com tanto custo e esforço, que ele nunca é atualizado, nunca passa por revisões... bem, se levarmos em consideração o fato de que nunca sabemos nem podemos saber absolutamente tudo sobre qualquer coisa (assunto, pessoa...etc), então nosso mapa será sempre uma aproximação da verdade, e nunca estará completo.

como exemplo, podemos imaginar um mapa de papel, aquele com o que estamos mais acostumados, um mapa de um território qualquer; para ser realmente completo, ele teria que conter todos os mínimos detalhes do lugar, cada pedra, folha, inseto que anda alí... sem falar que, para ser o mais preciso possível, teria que ter o mesmo tamanho do território que ele representa! não poderia ser de papel, já que pelo papel não podemos representar fielmente a textura, o peso...etc de tudo que se encontra ali. e só o fato de estar representando apenas um pedaço do nosso mundo, escolhido arbritariamente, já faz com que ele esteja deturpando a realidade. sabemos que o mundo não é um retângulo plano, não importa o tamanho ou a quantidade de detalhes que ele contenha.

bom, tudo isso pra mostrar que qualquer idéia que temos sobre qualquer assunto e/ou pessoa sempre estará errada em algum sentido, sempre precisará ser revisada. acho que esse é na verdade um dos grandes motivos da enorme vantagem que as crianças parecem ter em relação aos adultos quando o assunto é aprendizagem; as crianças estão sempre ampliando e modificando seus mapas, procurando absorver cada vez mais de um mundo que estão conhecendo agora. tudo é novidade, tudo é misterioso. já um adulto gosta da sensação confortável (e ilusória) de que após anos de experiência formou mapas bem completos, que o dizem exatamente como o mundo é e o que esperar dele, e que não há mais 'espaço' para revisões e muito menos para mapas novos! se fosse assim, bastaria ser adulto para que todos os seus problemas fossem resolvidos, não é? desaprender esse condicionamento é difícil. como disse Picasso: 'leva muito tempo para se ser jovem'.

é fácil descobrir quando estamos algum mapa que precisa ser atualizado; toda vez que nos decepcionamos, estamos nos baseando num mapa antigo. existe alguma informação nova, algum aspecto novo da realidade que não conhecíamos. se estamos sempre nos decepcionando, talvez esteja na hora de mudar o mapa inteiro! enquanto isso, o mundo continuará a nos fornecer informações, cabe a nós aprendermos com elas e nos aproximarmos mais um pouco do 'jeito que as coisas realmente são'.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

a mente e o ambiente

li certa vez sobre um experimento científico onde, se me lembro bem, uma pessoa ficava com um fone de ouvido recebendo sons do ambiente, e sua própria voz, com um certo atraso. isso causava uma confusão mental no sujeito... me parece que se aplica à arrumação também. conheço algumas pessoas que parecem se sentir bastante confortáveis em um ambiente desorganizado, mas ao mesmo tempo têm dificuldade em realizar tarefas simples do seu dia-a-dia. confesso que gosto de organização mas acho difícil parar de fazer as mil e uma coisas que acho mais interessantes para dar uma arrumada em minhas coisas. mas já percebi que me dá bastante disposição quando arrumo. adquiri um computador novo, mais rápido e isso influenciou bastante minha produtividade; quando não tenho que ficar esperando o computador 'pensar' por uns 10 segundos no que eu acabo de mandar fazer tenho vontade de deixar tudo em ordem, resolver coisas. sensação muito boa!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

aliás...

bem que podiam aproveitar melhor esse tempo que o povo fica na fila do banco, já que ninguém cumpre a lei do tempo máximo mesmo... que tal:
  • um vídeo passando receitas fáceis (não sei cozinhar, pra mim seria bom; não teria como fugir e seria forçado a aprender!
  • orientações de interesse geral, saúde pública, acabar com o mosquito da dengue, escovar os dentes, lavar atrás das orelhas... etc
  • uma gravação com frases positivas, agradáveis: 'você é bacana, você é 10... blá blá blá'
  • leitura de livros clássicos. talvez seja a única oportunidade que algumas pessoas tenham de ouvir algo que não seja letra de música em que de cada 10 palavras 6 correspondem à virilha ou adjacências...
enfim, muito se pode fazer para ocupar melhor o tempo. eu geralmente levo um livro ou uso o tempo para anotar idéias.

mais um...

tava na fila do banco agora, fazem uns 30 minutos. conversa que escuto ao meu lado, fila dos idosos, uma senhora com seu neto: 'pare com essa bagunça! quer que eu chame o segurança? vou chamar o segurança!' pronto, mais um que vai crescer ou odiando ou temendo autoridade...

descreva!

uma técnica bem bacana para aprender algo, lembrar melhor...etc; descreva tudo que você percebe em voz alta, nos mínimos detalhes. aprendi isso com Win Wenger, que aprendeu com Sócrates e Einstein. muito bom.